Registos quase magnéticos sobre quase tudo, sem se dizer rigorosamente nada.
Nota: para todos aqueles que não comentem os posts, a tortura é serem obrigados a adquirir o livro "Desconstrutor de Neblinas", de Domingos Lobo, autografado pelo próprio.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

SORRISOS NO BOLSO


Hoje, porque estamos bem dispostos, só dizemos bem... Desculpem-nos os nossos leitores estas fraquezas: também somos humanos, que raio!

Marcelo Rebelo de Sousa, homem ecléctico e de talentos vários e reconhecidos, sendo um dos ícones da direita, tem pelo menos a hombridade de se expor e de assumir a sua condição. Ontem, na sua rubrica na RTP, de forma corajosa e lúcida, zurziu no senhor Presidente Cavaco, condenando-o pela visão mesquinha que impediu Mário Soares e outros obreiros políticos da nossa adesão à Comunidade, de estar presente nas cerimónias oficiais, por ele promovidas, dos 50 anos do Tratado de Roma.
Goste-se ou não de Mário Soares, tenhamos ou não contas a ajustar com a forma controversa (no mínimo) com que dirigiu os negócios da Nação enquanto Primeiro Ministro, o facto histórico, incontornável, é o de que se lhe deve a nossa adesão à CE e esse facto não pode, nem deve, ser escamoteado pelo actual inquilino de Belém. Cavaco, no poder, não pode, não deve, exercê-lo a seu belo prazer, de acordo com os seus gostos e ideais: em Belém representa o Estado, e em nome desse Estado, que somos todos nós, Mário Soares deveria ter sido convidado – afinal, ele foi o obreiro mais visível da nossa adesão.
Igualmente, Marcelo esteve bem, ao relativizar, de forma racional e brilhante, a eleição de Salazar, através de um concurso televisivo, como “melhor português de sempre”. De facto, os 30 mil portugueses que eventualmente terão votado em Salazar, não podem assustar a nossa, ainda que débil, democracia.

Caro Rui, o escritor indo-inglês, Salman Rushdie, foi um dos que beneficiou grandemente com a perseguição dos Ayatholahs. Não que seja um autor medíocre, mas não fora os “Versos Satânicos” e os ataques ao Islão, e nunca seria conhecido e reconhecido no Ocidente. Esqueçamos Salazar, portanto. Quanto aos Heróis, prefiro de longe a “Mensagem” do Pessoa e os “Lusíadas” do Camões, que ficcionaram de forma genial a nossa gesta, à sua componente histórica.

Cara Telma, parafraseando Sócrates (o filósofo), dir-lhe-emos que “Só sei que nada sei”. A vida, no seu sinuoso percurso, vai-nos ensinando muita coisa. Se estivermos atentos e abertos ao real que nos cerca, disponíveis para conversarmos e nos ouvirmos uns aos outros, as nossas mútuas experiências muito nos ensinarão.


(mais) José e (do que) Pedro

1 comentário:

Anónimo disse...

Caros senhores, prefiro o telejornal á telenovela, pois a realidade é que deve de ser registada, não a ficção!!!

Rui