Registos quase magnéticos sobre quase tudo, sem se dizer rigorosamente nada.
Nota: para todos aqueles que não comentem os posts, a tortura é serem obrigados a adquirir o livro "Desconstrutor de Neblinas", de Domingos Lobo, autografado pelo próprio.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

VIOLÊNCIA DE BOLSO

No dia em que passam oito anos do massacre de Columbine (EUA), contamos apenas quatro dias sobre as mortes na Universidade da Virgínia (EUA). Se há oito anos, dois jovens decidiram comprar armas na Internet para atirar a tudo o que mexia, acabando por matar doze inocentes antes de se suicidarem, na segunda-feira, morreram trinta e uma pessoas às mãos de Cho Seung Hui.
São dois exemplos, claros, das graves perturbações que a sociedade de hoje provoca nas mentes mais desamparadas. A “Terra das Oportunidades” é pródiga em violência com armas de fogo, talvez porque a venda de armamento é tão liberal como comprar um chocolate, ou talvez por ser uma grande fonte de receitas para os cofres do estado americano. Em todo o caso, estes dois massacres em instituições de ensino, têm origem na facilidade com que hoje se tem acesso a seja o que for que interesse, bom ou mau.
Perturbações Mentais, sempre a mesma “roupagem” para actos irreflectidos e de grave calibre. Por outras palavras, são tontinhos, mas nunca lhes dá para baterem com as cabeças nas paredes (a malta que por cá ateia fogos sofre sempre do mesmo problema).
Ora, se este jovem sul coreano, chamou mártires aos “colegas de profissão” de Columbine, o que fez foi para lhes prestar homenagem? Conclusivamente, permito-me afirmar que a morte assentou bem tanto Eric e Dylan (os adolescentes de Columbine) como a Cho Seung Hui. Só foi pena, já que estavam tão descontentes com a vida, não se terem lembrado de mandarem uns balázios nas próprias cabeças, ao invés de matarem inocentes. Nunca lhes dá para aí.

Os vídeos e as fotografias enviadas para a cadeia de televisão americana NBC são de facto perturbadores, não por serem extrememente violentos, que não são, mas pelo facto de não se perceber o que se passava na cabeça de Cho Seung Hui, e isso é o que nos deixa confusos. Como se chega a um estado mental daqueles?

http://xl.sapo.pt/noticias.html

Pedro

5 comentários:

Anónimo disse...

Só á uma coisa nesta noticia que eu não consigo perceber.No dia do acontecido foi dito no telejornal que ele tinha sido abatido a tiro.No dia a seguir tudo já mais calmo e de cabeças frias foi dito que ele tinha como tu dizes Pedro""enfiado um balazio"""nele proprio.Vamos tapar o sol com a peneira!!!!!

Anónimo disse...

Olá Eunice, folgo ver-te por cá a deixares comentários.. Assim isto tem mais piada. A comunicação social também não pode ter acesso a toda a informação. Mas em todo o caso, julgo que de uma maneira ou de outra, o importante foi a morte do próprio. É menos um! Tenha sido morto pela polícia, ou tenha cometido suicídio, penso que numa situação destas e no calor das emoções, as informações muitas vezes não coincidem. Mas se foi a polícia que o matou, foi pena não terem chegado mais cedo e impedido as 30 vidas que ele ceifou, mas também não podiam adivinhar nem feito muito mais. Quando dizes que não se pode tapar o sol com a peneira, acho que esta expressão se adequa mais ao cerne de toda esta situação e de tantas outras que existem por terras do tio Sam, que para mim é o facto da sociedade americana ser podre. No Pipas explico-te esta minha ideia.

Cláudio disse...

Terá algo que ver com a lógica do sucesso, com o imaginário das "gajas boas", com os queixos másculos e blusões vermelhos. Nos EUA tudo se estigmatiza. É dura a vida de um não-bem-sucedido-academicamente-com-as-mulheres-no-desporto-no-que-quer-que-seja em qualquer lado. Por lá, é pior. Nunca esquecer Rousseau... somos todos bons selvagens!

Anónimo disse...

De facto, para aquelas bandas, tudo se estigmatiza. Têm apenas 200 anos de história - muito pouco para serem donos do mundo, não acham? A sociedade americana, assente em pilares anedóticos, é propícia a situações deste tipo. Há tempos contaram-me esta situação, mas sinceramente já nem me lembro quem foi. Esse alguém ia no metro em Nova Iorque, a abarrotar, e viu um lugar vago para se sentar. Assim fez, sentou-se. A mulher que estava ao seu lado, disse-lhe, em tom de pergunta, se ele era americano. À resposta negativa, de que era português, a mulher sorriu e disse que achou logo isso no momento em que ele se sentou. Porquê? Porque a senhora era negra... Por isso, não vale a pena falar mais dos americanos. Tudo o que se possa dizer ainda pode ser usado contra nós, pois a CIA está sempre à espreita.

Cláudio disse...

Pouco haverá de razoável na demência humana. Nasce do número, é estatística. Não há como evitá-la. A curva de Gauss é implacável. Tal como as armas que se vendem em mercearias no país que foi construído com elas. Por cá, foi a espada que nos fez. Sempre mata menos.