Registos quase magnéticos sobre quase tudo, sem se dizer rigorosamente nada.
Nota: para todos aqueles que não comentem os posts, a tortura é serem obrigados a adquirir o livro "Desconstrutor de Neblinas", de Domingos Lobo, autografado pelo próprio.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

INCUNÁBULO DE BOLSO

Caríssimo amigo Rui, vou dissecar o seu último comentário no conversas de algibeira, com uma tristeza grande depois de o ler. É que algumas das suas percepções da realidade, estão, completamente formatadas, e isso caro Rui, independentemente da cor política que o meu caro evoca em todos os seus comentários, é deveras assustador.
Para que no seu próximo comentário que por aqui aparecer, não torne a falar de politiquices, vou deixar por aqui alguns exemplos, palpáveis (como tanto gosta), para que o meu caro, estude e perceba, o que por aqui vou escrever.

1 - Um Jornalista, deve relatar fielmente os factos que constatar, de forma imparcial e sempre a pensar naqueles que o vão ver, escutar e/ou ler. Deve fazer o seu trabalho de forma limpa e nunca, mas nunca, desrespeitar o código deontológico pelo qual se rege. - Caro Rui, se tiver tempo, leia o código deontológico do jornalista e perceba o que significam as palavras Sensacionalismo e Liberdade de Imprensa. Conheça bem o significado das mesmas e compare-as para ver se são, pelo menos, semelhantes. A seguir ligue o noticiário da TVI e tente perceber, qual das duas noções é a mais utilizada.

2 – Como Jornalista e depois de ter trabalhado durante dois anos num dos órgão de comunicação social de maior referência do país, a TSF, deixe-me dizer-lhe que por várias vezes fui impedido de escrever e dizer em antena o que queria, sendo que o que queria relatar era o que na realidade se tinha passado. A Censura, caro Rui, está nas redacções, mas para passar despercebida, levou o nome de Linha Editorial. Nome pomposo, de facto, mas cuja designação no código deontológico da minha profissão, é deveras diferente. É que o Jornalista, que anda no terreno à chuva e ao sol, ao frio e ao calor, é ele que conhece o meio e ele é que sabe o que deve ser dito, ou não.

3 – Ainda para a Censura, já que aceitou o desafio de ler o Fernando Dacosta, procure por outro livro, o “Mein Kampf”. Talvez o meu caro não saiba quem o escreveu, mas nem eu lho vou dizer. Apenas lhe faço notar o seguinte, em 1997, dez anos portanto, saiu uma edição deste livro em Portugal. Duas semanas depois, foi imediatamente retirado do mercado. O que me chama a isto? Em todo o caso, antes de responder, aconselho-o a saber o conteúdo e o autor da obra.

4 – Caro Rui, pareceu-me que o meu caro não sabe o que é um Incunábulo. Ou será que, quando diz que temos bons incunábulos escritos por jornalistas, se confundiu com Literatura de Cordel? Em todo o caso vou elucidá-lo:

Incunábulos - Primeiros livros impressos, como principal sector da ideia das luzes. Julga-se que o primeiro incunábulo impresso data de 1500 em Salamanca.

Literatura de Cordel - Obras literárias populares, postas à venda pelos vendedores, penduradas por cordéis. Obras básicas, de escrita simples com preços de venda baratos.

Caro Rui, sabe o que dizia o Mário de Sá Carneiro acerca das citações? Dizia, por palavras dele, que as citações são a escrita de quem não tem assunto. Por isso, parafraseie, não cite!

Pedro

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