Registos quase magnéticos sobre quase tudo, sem se dizer rigorosamente nada.
Nota: para todos aqueles que não comentem os posts, a tortura é serem obrigados a adquirir o livro "Desconstrutor de Neblinas", de Domingos Lobo, autografado pelo próprio.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

NO BOLSO DO ALGARVE

O país e o mundo estão em alerta e choque (especialmente Inglaterra e Portugal) com o desaparecimento da criança britânica no Algarve. De facto é uma situação preocupante, mas a história não tem os contornos bem definidos. Desde a negligência dos pais a deixarem 3 filhos menores de cinco anos sozinhos num quarto de hotel num país estrangeiro, até ao facto das buscas da polícia se confinarem a uma área de apenas 15 quilómetros. Há coisas não encaixam. Em todo o caso, uma palavra de apreço ao contingente da PJ e GNR para lá destacado. Temos dos melhores investigadores criminais do mundo e parece-me que o “faro” policial está bem apurado. Esperemos que consigam deslindar esta situação e que a menina se encontre bem.
Resta-me deixar por aqui umas perguntinhas:

E se a criança raptada fosse portuguesa e filha de um guardador de rebanhos da beira alta. Será que a investigação e o mediatismo televisivo era igual ao desta infeliz situação?

Se isto não se passasse no Algarve, destino turístico de excelência, com uma família estrangeira em férias, o contingente policial também seria de 30 homens que vasculhariam incessantemente todos os recantos durante oito dias seguidos?

Como acontecem situações destas? Isto não é por acaso e não será um rapto de oportunidade. A criança já andaria debaixo de olho? Se sim, o raptor ou raptores serão ingleses?

Em todo o caso, ainda bem que a comunicação social está a cobrir toda esta situação. O mediatismo exagerado que o caso está a ter (e não é para menos, pena é que hajam 2 pesos e 2 medidas) pode provocar o medo no raptor e fazer com que ele acabe por soltar a menina. Esperemos que isto aconteça e que tudo corra pelo melhor. Quanto à nossa polícia, continuem a apertar o cerco...

Pedro

terça-feira, 8 de maio de 2007

BOLSO DE VOTOS

Não há três sem quatro

O PS dá-se mal com o sistema democrático. Chegado ao poder em 2005, com uma maioria absoluta, conseguida mais por demérito do PSD, que após o furacão desastrado, canhestro e boçal de Santana Lopes, só podia conduzir a esta mediocridade ufana e cinzenta do sócratismo. O partido da rosa pálida (e murcha) já conta com três derrotas sucessivas: autárquicas, presidenciais e regionais da Madeira.
O povo português, que tem memória curta mas algum bom senso e faro para estas coisas de meter o papelinho na ranhura, prepara-se, esperamos, para mandar estes senhores, que têm pugnado por fazer regredir o país a níveis civilizacionais, políticos e económicos próximos do tempo do “Botas” (baixa galopante do poder de compra; escolas que encerram; urgências a saque; precariedade no emprego; polícias cada vez mais vigilantes e dispostos a malhar nos costados de quem ouse indignar-se, etc.) para casa tratar da vidinha à custa do suor próprio, longe das subvenções estatais e dos dinheirinhos dos nossos impostos.
O próximo teste à candura deste PS será a 30 de Maio, com a greve geral que a CGTP prepara para, mais uma vez mostrar a estes senhores que o povo é quem mais ordena.
O povo de França, o povo miúdo, humilhado e explorado, ao qual o Sr. Sarkozy chamou “canalha”, prepara nas ruas das grandes cidades da pátria de Rousseau, um novo Maio 68. A indignação está nas ruas e, se o neo-liberalismo continuar a aguçar o dente cariado, será imparável. Se os tecnocratas de Bruxelas e apaniguados, não escutarem os clamores das ruas, a Europa prepara-se para novas e graves convulsões sociais.
Ao PS, só falta o teste da Lisboa pós- Carmona. A quarta derrota, previsível, desta social democracia de imitadores pindéricos, em que se transformou o partido de Mário Soares, está na calha.


José

segunda-feira, 7 de maio de 2007

BOLSO COM PIADA

A RTP1 passa aos Domingos à noite, num horário acessível, uma série de produção nacional que se chama “conta-me como foi” e que retracta, para já, os anos em que o país vivia sob o regime do Sr. António Presidente do Concelho Oliveira Salazar. Com alguma piada, apesar de naquele tempo as coisas serem bem mais cinzentas do que o mostrado, somos transportados numa viagem no tempo para a altura em que a Assembleia da República se chamava Assembleia Nacional. As situações têm a sua piada, também pela falta de “luz” que assolava o país, e isso está bem retractado, mas acima de tudo mostram a como se vivia naquele tempo, se bem que em Lisboa, local onde decorre a acção, as coisas eram bem diferentes do que se passava por exemplo em Benavente.Contudo, a série foi bem conseguida e a RTP está de parabéns, apesar de algumas falhas, propositadas ou não. A inserção na grelha de programas, logo a seguir aos gatos fedorentos, também mostra que a RTP quer dar dignidade a uma série que também ela tem, para mim, esse estatuto. Era bom que muita gente pudesse passar os olhos pela RTP1 aos Domingos à noite, até porque talvez se aprenda alguma coisa, no entanto o concorrente de peso (para o nível da nossa cultura) chama-se a bela e monstro ou lá o que é; por isso é bem possível que o “conta-me como foi” seja a expressão utilizada às segundas de manhã, por quem não viu a TVI, e não quer perder os detalhes de mais uma novela infeliz da vida não real.

Pedro