Registos quase magnéticos sobre quase tudo, sem se dizer rigorosamente nada.
Nota: para todos aqueles que não comentem os posts, a tortura é serem obrigados a adquirir o livro "Desconstrutor de Neblinas", de Domingos Lobo, autografado pelo próprio.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

LARGADAS E TOIRADAS - SEMPRE NO NOSSO BOLSO

Vira o disco e toca o mesmo
Numa altura em que as festas tradicionais, algumas de cariz mais popular que outras, acontecem semanalmente um pouco por todo o país, os defensores dos animais voltam à carga contra às touradas. É uma moda que só pega nos meses mais quentes e que tem uma solução praticamente imbatível: extinguem-se os toiros e acabam-se os “maus-tratos”. Remédio santo!

Mas se os espectáculos de toiros; essa tradição secular e tão portuguesa que principalmente no Ribatejo faz fervilhar o sangue dos homens cada vez que o toiro sai “à rua”; são amplamente criticados, ninguém se lembra das condições aberrantes em que, por exemplo, os porcos são criados. Suiniculturas, a maior causa de poluição de rios e de outros recursos aquíferos, que pode até causar epidemias à escala mundial. E alguém se preocupa com isto?
Sintra e Cascais declaram-se como dois concelhos “livres de touradas”. Uma moda. Porque ao fim e ao cabo, Sintra tem suiniculturas do pior que existe no país e Cascais tem planos de urbanização e construção muito mais agressivos e selvagens do que as condições de vida e de dignidade que o toiros têm no campo. Mas o que preocupa estes dois concelhos é declararem-se “livres de touradas”. Está certo!
E ninguém está interessado em saber como se matam os porcos nas suiniculturas – talvez seja até melhor não saberem. Há mais interesse na barbárie da tradição da matança do porco na aldeia (graças à qual ainda se conseguem comer uns enchidos sem sabor a plástico), do que como se matam porcos nas “fábricas”.
O que querem é que deixemos de poder ver corridas e brincadeiras de toiros – já nos tiraram o Escudo acabando assim com uma das nossas identidades, querem acabar com mais uma! Eu gosto muito de ver corridas, esperas e brincadeiras de toiros, talvez porque sou Ribatejano, ou talvez porque até gosto do meu país e das suas tradições. Não sei o que seriam as festas no Ribatejo sem toiros nem tão pouco sei se fariam sentido. O que sei é que há tanta coisa para nos preocuparmos e andam por aí alguns “iluminados” a querer acabar com uma tradição tão nossa.
As manifestações e os argumentos dos “engomadinhos anti-touradas” são coisas que me fazem muita confusão, embora não me surpreendam.Em vez do chico-espertismo que por aí se vê sempre que as câmaras de televisão e os microfones das rádios lhes são apontados, deviam usar os tempos de antena concedidos para coisas mais úteis e bem mais chocantes que acontecem, não só pelo país, mas também por todo o mundo.

Pedro