Registos quase magnéticos sobre quase tudo, sem se dizer rigorosamente nada.
Nota: para todos aqueles que não comentem os posts, a tortura é serem obrigados a adquirir o livro "Desconstrutor de Neblinas", de Domingos Lobo, autografado pelo próprio.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

IT’S ABOUT NOTHING

O nome Conversas de Algibeira é presumivelmente um dos piores para se dar a um Blog, especialmente quando esse espaço de diálogo, que é este, serve para teorizar sobre uma série de coisas que na verdade não interessam a ninguém. É, talvez, uma espécie de conversa de café, onde se pode dizer muito mal de tudo; e todos claro está; e que quando se acabarem os alvos de escárnio podemos ainda dizer mal de nós, os próprios... uma condição semelhante ao de se abrir uma casa de diversão nocturna, daquelas cuja falência ainda permite comer o stock.
Se é para falar mal, contem comigo! É por isso que vos deixo aqui estas linhas, depois de pensar bastante no alvo da minha chacota. Na verdade pensei mesmo muito sobre qual seria o meu primeiro alvo a “abater” e, passe agora o seguinte pleonasmo, na verdade pensei mesmo muito que seria mais fácil dizer mal de algo do que bem. Comecei por tentar dizer mal do país e de quem nos governa, mas esse chavão está muito gasto. Virei-me depois para coisas mais individuais, como a Floribela, mas achei que este texto ia ficar grande demais, pois havia muito mal a dizer e talvez, talvez quando o acabasse, a Flor e o Fred já tivessem finalmente dado uma ou duas “quecas”, se bem que para mim preferia a gaja das mamas grandes. De telenovelas estamos conversados, senão..
Lembrei-me depois de começar este texto por dizer que o povo português é extremamente polido, culto e civilizado, mas apercebi-me que isto podia ser levado a mal por todos quantos lessem este blog e compreendessem na perfeição a língua de Alfredo Kheil. Ao escrever sobre estas qualidades do nosso povo, adquiridas com o 25 de Abril de 74, arriscava-me ainda a que algum jornalista da TVI se despedisse, e eu não podia arcar com a responsabilidade dessa desgraça até ao fim dos meus dias.
Individualizando, pensei dizer mal do Sócrates a torto e a direito, mas a Filosofia nunca foi a minha disciplina preferida, tendo sido sempre um aluno medíocre neste campo da alienação do conhecimento humano.
Avançando, veio-se-me à cabeça o aborto e o referendo sobre a despenalização, mas a única coisa que me apeteceu dizer foi, o PS apoia o SIM porque tem consciência de que se a despenalização existisse à mais tempo, talvez o Manuel Pinho ou o António Costa não fossem ministros... cada um que tire as ilações que quiser. O PSD apoia o NÂO, porque quando tomaram essa decisão não se lembraram da Manuela Ferreira Leite... e não me ocorreu mais nada que pudesse ser escrito sobre isto.
Decidi não falar do aborto e debruçar-me sobre o apito dourado, mas ainda não tinha escrito duas linhas e já me tocavam à campainha da porta. Eram duas meninas apenas cobertas com um laçarote azul nas partes e que me disseram vir a mandado do Papa. Percebi a mensagem e por isso passei à frente, sem atalhar pela casa da partida nem ganhar electrodomésticos de uma loja de Gondomar. Adiante... então e a Casa Pia perguntam vocês... também comecei a escrever sobre isso, mas a nostalgia envolveu-me quando falei do Carlos Cruz e me lembrei da Bota Botilde. As lágrimas já me escorriam pela cara e decidi parar. O homem está de certeza inocente, tal como o Vale e Azevedo. É uma injustiça...
Podia estar aqui o resto da vida e mais quinze dias a falar do que pensei para tema central deste texto, a verdade é que nunca cheguei a conclusão nenhuma. Não sei se por existir tanta escolha, ou se pelo Marcelo (Rebelo de Sousa, entenda-se, porque não andei com o homem na costura a apanhar alfinetes) ter dado nota nove ao Manuel Pinho nas suas escolhas semanais. Por culpa disto ou daquilo, por culpa dos portugueses ou dos chineses, por culpa sabe-se lá de quem; como funcionário público tenho é de pôr as culpas em alguém; nunca fui capaz de encontrar a matéria fulcral para servir de base de conversa neste meu primeiro texto do Conversas de Algibeira. Por este facto peço desculpa aos três únicos leitores deste blog, eu o José e o Luís, garantindo que só voltarei aqui a escrever alguma coisa quando tiver de facto um bom tema. Até lá, ficaremos à espera que o Bush aja normalmente.

Pedro

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