Registos quase magnéticos sobre quase tudo, sem se dizer rigorosamente nada.
Nota: para todos aqueles que não comentem os posts, a tortura é serem obrigados a adquirir o livro "Desconstrutor de Neblinas", de Domingos Lobo, autografado pelo próprio.

segunda-feira, 24 de março de 2008

BOLSO DE GOZAÇÃO


A graçola do “Xico” Dias


Esta semana estava tudo pensado para esta crónica de opinião. As reformas da educação e a manifestação dos professores eram o tema central. Iria falar de como a Fenprof pede a cabeça de Maria de Lurdes Rodrigues, tal como sempre aconteceu com todos os ministros da educação desde que há democracia. Abordaria também as avaliações dos docentes, focando que a progressão na carreira deve acontecer para aqueles professores que se preocupam com os seus alunos e com as suas aulas. E talvez ainda tocasse na parte em que a substituição de um professor que falta a uma aula, por outro que está na escola sem aula para dar e dentro do horário de trabalho (tal como acontece todos os dias em qualquer outro local de trabalho) devia ser algo natural. No entanto apercebi-me que o assunto poderia ferir algumas sensibilidades. Daí que uma volta de 180º faz com que esta semana o tema seja inédito nestas minhas crónicas, Desporto...

Na passada quarta-feira durante a hora de almoço, o meu amigo Francisco Souza Dias lançou a seguinte pergunta: O que é pior que o 11 de Setembro e que o 11 de Março?
Perante o encolher de ombros de todos, a resposta saiu calmamente: É o onze do Benfica!
E é assim que seis milhões ficam desolados com esta dura verdade. No entanto se a resposta fosse o onze do Sporting, não seria despropositada, porque os de Alvalade esta época também andam como os da Luz, sem classe.
Nessa mesma quarta-feira o Benfica jogava com os espanhóis do Getafe a segunda mão da eliminatória da Taça UEFA. Já sem Camacho e com Fernando Chalana como “bombeiro de serviço”, os encarnados, que precisavam de marcar dois golos, fizeram um jogo sem chama, sofrível, e a espaços completamente desprovido de futebol. A eliminação já previsível só não aconteceu mais cedo no jogo porque o azar dos espanhóis aliado à excelente forma de Quim, foram adiando o golo das reservas do Getafe. Nem Mantorras quando entrou conseguiu ressuscitar um onze sem personalidade.
Sem alma, sem fio de jogo e sem motivação, o deserto de ideias do futebol encarnado ao longo de toda a época sobrevive, ainda, muito graças a Rui Costa. Dá gosto ver o Maestro “tratar a bola por tu”. De resto, ver o Benfica jogar em 4x2x3x1 é um suplício, com os jogadores completamente perdidos em campo. No entanto não é o modelo de jogo ou o treinador que são culpados daquilo que se passa dentro das quatro linhas. É também certo que o planeamento da época foi muito leviano e obviamente que os resultados estão à vista. Já para não falar nos negócios milionários que se passam nos bastidores com a compra e venda de jogadores.
Numa época para esquecer, restam ao Benfica segurar o segundo lugar no campeonato nacional, que dará acesso directo à Champions no próximo ano, e tentar chegar à final do Jamor. Mas para isso o futebol encarnado tem de melhorar bastante.
Pedro

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