Registos quase magnéticos sobre quase tudo, sem se dizer rigorosamente nada.
Nota: para todos aqueles que não comentem os posts, a tortura é serem obrigados a adquirir o livro "Desconstrutor de Neblinas", de Domingos Lobo, autografado pelo próprio.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

BOLSO DE FORA


Mais quatro anos?


Como é que se pretende que o povo confie na classe política quando os dois principais partidos caminham pelas ruas da amargura, coisa que bem se nota quando ambos entram em debates deprimentes sobre o estado do país? Como é que queremos que o desânimo não se instale, pois quando olhamos para Sócrates e Menezes a sensação que nos fica é que lhes falta dignidade, liderança e história credível?

As pessoas deixaram de ter interesse pela política nacional porque não acreditam que ela possa melhorar as suas vidas. A direita parece desfeita e o seu principal líder é o típico porreiraço, que apenas pretende fazer boa figura junto da opinião pública enaltecendo o mais possível a qualidade da sua liderança. Quanto à esquerda de Sócrates, aparece hoje completamente travestida e sem naturalidade.
As coisas estão longe de ser animadoras, especialmente quando a governação de Sócrates; que parece ter um poder quase nulo sobre a justiça ou o ensino; começa a alargar o seu poder sobre a vida privada de todos nós.
Se o governo de Sócrates tem dificuldades em controlar o Ministério da Justiça, não tem abrolhos para permitir os desvarios da ASAE sobre as nossas tradições e identidades. Se esse mesmo governo não tem muito poder sobre a educação e o estado em que a mesma se encontra, consegue expandir a sua autoridade para proibir as liberdades individuais de cada um.
Este controlo da vida privada dos portugueses contrasta com a falta de controlo dos assuntos públicos, esses sim de extrema importância para o país. No entanto, mesmo com todas estas actuações, José Sócrates acaba por ser o mais beneficiado, pois sabe fazer-se de vítima com muita categoria perante as acusações desorientadas da oposição.
Fica a sensação que neste momento todos trabalhamos a favor da reeleição de José Sócrates por mais quatro anos, seja por acção, omissão, confusão ou indiferença. Parece que tudo se conjuga, tanto à esquerda como à direita, para que o PS continue com maioria absoluta na Assembleia da República. A “máquina de propaganda” do governo está tão bem oleada e tem ramificações tão extensas, que até alguns “opinion makers” não se atrevem a beliscar o líder, tal é o fascínio que nutrem por ele.
Resta então perguntar o que será preciso para que todo o país ganhe consciência? Mais quatro anos?


Pedro

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