
DO REBANHO
À memória de jean-Paul Sartre
À memória de jean-Paul Sartre
Deus anda a dormir por estas ruas pedindo para a bucha
ou para o pó
cansou-se de ser Deus o que é humano e Freud explica ou o Ricardo Reis
deixou-nos como somos expostos ao silêncio
à pele da sombra
desesperados e amargos
à mercê dos elementos dos crashes na bolsa
e dos mercenários
vai pacientemente reconstruindo o corpo (velho mas em reciclagem permanente) a casa dos espíritos a mãe (uma pomba virgem, claro, com penas azuis) o sofrimento o sangue a cruz e o calvário – quanto mais trágico mais dominador e sangue a escorrer nas valetas para alimentar os medos
Deus está velho (mesmo nas gravuras mais recentes)
Há séculos que deixou de ter sentido de humor
Suporta-nos sem piedade babando-se enfastiado dos ócios da sinecura
Lamenta
O tempo que perdeu a olhar-nos do alto em nosso labor formigueiro, repetitivo e conformado
Despreza-nos sem resquícios de misericórdia
Por nos rendermos ao absurdo e ao caos
Sem um gesto
Um clamor
Um grito de revolta
vai contando os carneiros do rebanho
e adormece com a consciência do dever cumprido.
ou para o pó
cansou-se de ser Deus o que é humano e Freud explica ou o Ricardo Reis
deixou-nos como somos expostos ao silêncio
à pele da sombra
desesperados e amargos
à mercê dos elementos dos crashes na bolsa
e dos mercenários
vai pacientemente reconstruindo o corpo (velho mas em reciclagem permanente) a casa dos espíritos a mãe (uma pomba virgem, claro, com penas azuis) o sofrimento o sangue a cruz e o calvário – quanto mais trágico mais dominador e sangue a escorrer nas valetas para alimentar os medos
Deus está velho (mesmo nas gravuras mais recentes)
Há séculos que deixou de ter sentido de humor
Suporta-nos sem piedade babando-se enfastiado dos ócios da sinecura
Lamenta
O tempo que perdeu a olhar-nos do alto em nosso labor formigueiro, repetitivo e conformado
Despreza-nos sem resquícios de misericórdia
Por nos rendermos ao absurdo e ao caos
Sem um gesto
Um clamor
Um grito de revolta
vai contando os carneiros do rebanho
e adormece com a consciência do dever cumprido.
José
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