Registos quase magnéticos sobre quase tudo, sem se dizer rigorosamente nada.
Nota: para todos aqueles que não comentem os posts, a tortura é serem obrigados a adquirir o livro "Desconstrutor de Neblinas", de Domingos Lobo, autografado pelo próprio.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

JUVENTUDE DE BOLSO

Adolescência a Cem à hora

Começam a sair com 12 ou 13 anos. Bebem, fumam, frequentam bares e discotecas, mesmo que a lei não o permita. Os shots são a bebida de eleição desta camada etária, por serem normalmente mais baratos que as restantes bebidas – é possível apanhar uma grande bebedeira aproximadamente em quarenta minutos por pouco mais de cinco euros. Saltam para os balcões rodadas de Orgasmos, Pasteis de Nata e quando chega a altura “do golpe de misericórdia”, bebe-se um ou dois Kalashnikovs (vodka pura com uma rodela de limão e canela, a que se pega fogo), que apesar de fazer chorar os olhos e arder na garganta, faz, dizem, “crescer cabelos no peito”.

Uma qualquer sexta-feira à noite. Vestem-se as melhores roupas, de marca claro, olham-se vezes sem conta para o espelho para ajeitar os piercings e conferir se tudo está a postos para mais uma saída nocturna com os colegas, tal como se combinou na escola durante o dia. No bolso o dinheiro para mais uma noitada, nas mãos o telemóvel que apita de minuto a minuto com sms que chegam, enviando-se logo em seguida outras tantas num teclar incessante. Às 21.30 horas é hora de sair de casa. Até ao bar o percurso faz-se muitas vezes de carro, levados pelos pais, mas uma vez lá dentro, as recomendações são esquecidas e começam os excessos.
Os jovens de hoje têm o pico de consumos (álcool e drogas leves) muito cedo, com as consequências físicas e neurológicas daí decorrentes, e não é fácil fazer ver a um jovem entre os 13 e os 18 anos que o álcool e as drogas causam estragos permanentes a longo prazo. No entanto os pais parecem ter atitudes passivas perante estas realidades, afirmando que os filhos devem aproveitar a sua juventude ao máximo, enfrentando também com naturalidade as recorrentes bebedeiras de “caixão à cova” ou o facto de eles fumarem logo desde muito cedo, seja apenas tabaco ou até mesmo haxixe.
A globalização e o fácil acesso a roupas de marca, vários canais de televisão, Internet e outras tecnologias, colocam a maioria dos jovens todos no mesmo patamar social, sem diferenças tão marcadas como as de antigamente.
Cabe aos pais impor limites claros, deixar os filhos merecer a sua confiança, conhecer as companhias com quem os filhos se reúnem e fazer os filhos conquistar gradualmente a liberdade. É também importante nunca quebrarem a comunicação e não considerarem que a proibição leva à mentira.
A adolescência e a pré-adolescência são as idades da afirmação e da rebeldia, no entanto os pais não se podem demitir de ser pais.


Pedro

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