Registos quase magnéticos sobre quase tudo, sem se dizer rigorosamente nada.
Nota: para todos aqueles que não comentem os posts, a tortura é serem obrigados a adquirir o livro "Desconstrutor de Neblinas", de Domingos Lobo, autografado pelo próprio.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

OLÍMPICOS DE BOLSO

Mal-estar olímpico

Uma tremenda confusão. Assim se pode descrever a delegação olímpica portuguesa que esteve presente nos Jogos Olímpicos de Pequim. Em todo o caso, sabemos muito bem as dificuldades que os nossos atletas têm, num país que só passa cavaco ao futebol. Aliado a essas dificuldades acresce ainda o presidente do Comité Olímpico Português (COP), Vicente de Moura. Quando tudo parecia perdido, aproveitou para dizer que se ia embora. Ainda bem, pois já lá anda há tempo a mais. Mas o mais surpreendente foi ter voltado com a palavra atrás logo a seguir ao Nélson Évora ter conquistado uma Medalha de Ouro. Muito mau!

Durante mais de uma semana, Portugal lamentou-se dos maus resultados olímpicos. Depois, Vanessa Fernandes conseguiu a Prata no Triatlo e, três dias depois, Nélson Évora conquistou o Ouro no Triplo Salto. Nesse momento Portugal passou a ter o melhor resultado de sempre nuns Jogos Olímpicos. Face a isto, a demissão do presidente do COP, as declarações de vários comentadores e os títulos de vários jornais deixaram de fazer sentido.
Se Nélson Évora não tivesse ganho o Ouro dedicaríamos centenas de horas a discutir o que está mal. Será que existe neste país lucidez suficiente para fazer o mesmo, mesmo depois das duas grandes prestações dos atletas do Benfica? É que apesar do Ouro e da Prata os problemas subsistem exactamente iguais.
Portugal até tem boas infra-estruturas desportivas e dá condições de competição superiores a uma grande parte dos países de igual dimensão, para não falar em apoios (apesar de insuficientes) aos atletas. Então o que falhou? A atitude? Decerto!
O que fez com que a participação portuguesa nos Jogos olímpicos fosse inadmissível não foram as derrotas, porque a essas todos os atletas estão sujeitos. O grande problema foi a atitude, ou a falta dela, uma tremenda falta de concentração e, por vezes, alguma falta de educação, tudo isto fruto da gritante falta de liderança do Comité Olímpico Português.
É necessário que, quem de direito, entenda que o desporto em Portugal não pode ser só futebol. É preciso trabalhar neste sentido e fazer os possíveis para que o nosso país esteja entre os melhores e sempre bem representado. Há muitos campeões em Portugal a lutar todos os dias para isso.

Pedro

Sem comentários: